Mais Médicos

Brasil não repõe médicos cubanos, diz  New York Times

16 de junho de 2019

Da redação
Brasil continua sem substituir os doutores cubanos que pertenceram ao programa Mais Médicos, o que afeta a 28 milhões de pessoas no país, divulgou hoje o jornal estadunidense The New York Times, segundo a agência de notícias cubanas Prensa Latina. A publicação recordou que o presidente Jair Bolsonaro disse que poderiam solucionar a ausência dos profissionais da ilha com a graduação de uns 20 mil doutores brasileiros ao ano, mas seis meses após sua chegada ao poder em janeiro passado.

Foto – Divulgação

 

Em 14 de novembro de 2018 o país caribenho anunciou que não continuaria no mencionado programa com condicionamentos expostos por Bolsonaro, então presidente eleito, que declarou que modificaria termos e condições da iniciativa com desrespeito à Organização Pan-americana da Saúde (OPS) e ao convênio desta com Cuba.

Professora

Assim, em fevereiro passado o governo do presidente ultradireitista deu a conhecer a decisão de encerrar Mais Médicos. O Times citou dados da Confederação Nacional de Municípios, os quais indicam que 28 milhões de pessoas em todo Brasil viram reduzido consideravelmente seu acesso à atenção de saúde depois desses fatos.

Ligia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, declarou ao jornal que, em vários estados, as clínicas de saúde e seus pacientes não têm médicos. “É um passo atrás. Impede os diagnósticos precoces, o rastreamento das crianças, as gravidezes e a continuação dos tratamentos que já estavam em marcha”, afirmou.

Ao redor da metade dos doutores do mais Médicos eram de Cuba, e deslocaram-se em 34 aldeias indígenas remotas e nos bairros mais pobres a mais de quatro mil localidades e cidades, lugares em grande parte rejeitados pelos profissionais brasileiros, acrescentou o jornal.

‘A disposição dos médicos cubanos para trabalhar em condições difíceis converteu-se em uma pedra angular do sistema de saúde pública’, expressou Bahia à publicação.

De acordo com um relatório da OPS, nos primeiros quatro anos a mais Médicos, a percentagem de brasileiros com atenção primária aumentou de 59,6 a 70 por cento.

A saída dos cubanos poderia reverter essa tendência, com consequências especialmente graves para os menores de cinco anos, e poderiam provocar a morte de até 37 mil crianças pequenas para 2030, advertiu Gabriel Vivas, um servidor público da OPS citado pelo jornal.

Fonte: Portal Vermelho


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