Da redação
Reportagem da revista Carta Capital revela um estranho desabafo de Jair Bolsonaro a um interlocutor. Em conversa a portas fechadas em 26 de agosto sobre o País e o governo, Jair Bolsonaro comentou:
“Eu vou embora do Brasil”. Quem o ouvia quis entender o que ia por sua cabeça: “Vai levar quem?”A resposta foi uma daquelas homofobias presidenciais: “Sou hétero, só minha mulher”. O interlocutor saiu com a impressão de que Bolsonaro já assimila a ideia de não terminar o mandato.
Difícil saber exatamente o que essa frase significa: se apenas uma explosão ou o temor de derrubada do governo. Há uma junção de queda da popularidade, conflitos amazônicos com o mundo, descontrole no Congresso ( nesta semana, derrubaram seu veto sobre Fake News).
Segundo a Carta Capital, são inúmeros os fatores de pressão sobre Bolsonaro: Crise ambiental, alta da desaprovação do governo e CPI das Fake News ressuscitam conjecturas. Em conversa a portas fechadas em 26 de agosto sobre o País e o governo, Jair Bolsonaro comentou:
“Eu vou embora do Brasil”. Quem o ouvia quis entender o que ia por sua cabeça: “Vai levar quem?”A resposta foi uma daquelas homofobias presidenciais: “Sou hétero, só minha mulher”. O interlocutor saiu com a impressão de que Bolsonaro já assimila a ideia de não terminar o mandato.
Por “bundão”, presume-se que se referia ao vice-presidente. Hamilton Mourão foi personagem em Brasília quando, entre o fim de março e o início de abril, figurões discutiam se o País aguentaria quatro anos de Bolsonaro. Uma história contada na edição de CartaCapital que circulou em 29 de março. Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), falou disso abertamente à Veja em agosto.
Pois a queda de Bolsonaro voltou a ser assunto em Brasília, no embalo da crise amazônica e do avanço de sua impopularidade. No dia em que ele falou em deixar o País, soube-se que 39% dos brasileiros acham seu governo ruim ou péssimo, 10 pontos acima dos que acham bom ou ótimo. Aprovação e desaprovação caminhavam juntas desde abril, pelos 30%, 32%.
Advogado e ex-juiz, o deputado Luiz Flávio Gomes, do PSB paulista, diz: será difícil Bolsonaro reverter a impopularidade, vai chegar a hora de apresentar um pedido de impeachment. E ele, Gomes, diz que apresentará.
“A lei do impeachment, a 1.079, de 1950, prevê 67 hipóteses de crime de responsabilidade. O Bolsonaro já violou umas 20. Ele vai cair pelo conjunto da obra”, afirma.