Venda de Botafogo e Cruzeiro prioriza donos de clubes no exterior, e executivo traça perfil: “Quanto mais agressivo, melhor”

Da redação

A XP Investimentos fechou nos últimos dias uma parceria com o Botafogo semelhante ao trabalho que já vinha fazendo há três meses com o Cruzeiro com um único objetivo: vender o controle dos clubes para grandes grupos estrangeiros que já estão no meio do futebol.

Em crise financeira, Botafogo e Cruzeiro disputam a Série B do Brasileiro em 2021 — Foto: Fernando Moreno/AGIF

E o entrevistado desta semana na editoria Negócios do Esporte do ge é quem está à frente desta negociação: Pedro Mesquita, “head” do banco de investimentos da XP, que traça o perfil do parceiro desejado:

– Vamos procurar o melhor para o clube. Claro que, para o clube, o quanto mais agressivo for esse investidor, melhor. Querer resultado rápido é melhor, mas também não pode fazer isso para não parar de pé como foi no passado – afirmou.

O papel de um banco de investimentos é assessorar grandes empresas em operações como fusões, aquisições, compra e venda de participação, entre outras. Mesquita explica que, portanto, a XP não terá nenhuma participação percentual do futuro negócio.

– A nossa intenção é que no primeiro trimestre a gente consiga fechar toda a documentação, contrato de compra, e tenha um novo dono pelo menos para o Cruzeiro no primeiro trimestre. Para o Botafogo, a gente espera que isso aconteça no segundo trimestre do ano que vem.

Tudo depende de uma questão: que os clubes se tornem Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A nova lei recentemente aprovada permite agora a entrada com força do capital estrangeiro no futebol brasileiro, segundo o executivo. E já há prazo: Botafogo e Cruzeiro deverão se converter em empresas antes do fim do ano.

– A lei traz a possibilidade desses times montarem uma nova entidade, a SAF, e essa entidade passará a deter todos os direitos relativos ao futebol do clube. Então é uma empresa limpa, nova, sem passivo, e essa empresa está dentro da lei das SAs. Claro que tem uma questão tributária diferenciada. Mas isso é uma mudança de paradigma para o futebol brasileiro porque passa a dar segurança jurídica para que investidores possam comprar e controlar clubes de futebol brasileiro como acontece lá fora – disse Mesquita.

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